Na quarta parte da nossa lista completa de locais que a UNESCO considerou como patrimônios da humanidade na Itália, nossa lista vai para a Toscana, passa por um famoso vulcão e chega a grupos de capelas na Lombardia. Depois desta lista, a próxima chegará ao final, completando os 54 sítios.
1- Vilas dos Médici na Toscana
Composta por 12 vilas (as famosas propriedades rurais centralizadas em uma grande casa ou palácio) e dois jardins espalhados pela região da Toscana, as Vilas dos Médici foram construídas pelos membros desta que é uma das mais famosas famílias italianas. O motivo primordial para que estas construções pertençam a esta lista é o fato de representarem a influência dos Médici exerceram na construção da cultura europeia moderna, especialmente por serem patronos da arte. Dentre os 14 locais, o maior deles é a Villa di Artimino, com mais de 700 hectares, e o menor é a Villa di Cerreto Guidi, com pouco mais de quatro hectares. A integração das construções com o ambiente marca a importante característica renascentista de conectar o humano com a natureza.
2- Monte San Giorgio
A riqueza cultural da Itália passa por tantos períodos históricos que até nos esquecemos que há um período ainda mais antigo a se presenciar nesta montanha: o período triássico! Isso ocorre porque a montanha que fica na fronteira com a Suíça possui fósseis de moluscos, peixes e crustáceos que viveram 240 milhões de anos atrás. Isso só é possível porque o local foi uma lagoa separada do oceano por um recife de corais. Animais terrestres do período, como répteis, também podem ser vistos em fósseis.
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3- Monte Etna
O famoso vulcão ainda ativo da Itália é também um patrimônio da humanidade. Localizado na costa leste da Sicília, o Etna é um dos vulcões mais altos do mundo e encontra-se em constante erupção, mas raramente de forma destrutiva, permitindo que a população dos arredores continue vivendo normalmente. Aliás, é justamente devido ao solo vulcânico da região que o local se tornou solo fértil para produção agrícola. A fauna e flora do local permitem que todo o parque do Monte Etna seja um verdadeiro laboratório a céu aberto para cientistas.
4- Piazza del Duomo, Pisa
Chamada também de Piazza dei Miracoli, a praça principal da cidade de Pisa é composta por quatro obras primas da arquitetura medieval: a Catedral de Pisa, o Batistério e a Torre Sineira, conhecida mundialmente como a Torre de Pisa e famosa por sua inclinação. A construção da área como a conhecemos hoje se deu no século XI, quando a então catedral construída no período paleo-cristão foi removida para a construção da catedral que temos hoje. Como Pisa era, nesta época, um importante centro econômico da região, os prédios foram importantes para ostentar esse poderio. Ao longo do tempo, o espaço da Piazza dei Miracoli foi se moldando, sendo acrescido das outras construções. Nos séculos seguintes, Pisa viveu períodos de queda econômica e invasões, mas o desenho da praça permaneceu essencialmente o mesmo ao longo do tempo.
5- Portovenere, Cinque Terre e as Ilhas Palmaria, Tino e Tinetto
Quem já visitou a costa da Ligúria sabe muito bem o quanto ela é encantadora. No entanto, além de ser bela aos nossos olhos, a região possui um valor cênico e cultural inestimável. A região de Cinque Terre, que reúne cinco pequenas cidades (Monterosso, Vernazza, Corniglia, Manarola e Riomaggiore) à beira-mar que se conectam por trilhas e ficam encrustadas nas rochas íngremes, culmina em um braço de terra que termina na cidade de Portovenere, bem diante das ilhas nomeadas acima. A mescla de cidades com a natureza é indescritível.
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6- Sítios Palafíticos pré-históricos ao redor dos Alpes
Nada menos do que 111 locais possuem vestígios de casas de palafita do período pré-histórico, que teriam sido construídas próximas de pântanos e lagos. As construções remanescentes remontam até o ano de 5.000 a.C., e na verdade se espalham por mais países do que apenas a Itália, já que tais assentamentos de antigos povos se espalhavam por todo o arco alpino, incluindo também a Suíça, Alemanha, Áustria, França e Eslovênia. A conservação de muitas destas construções permite o estudo aprofundado de como estes povos viviam.
7- Residências da Casa de Saboia
Os duques da família de Saboia fizeram questão de construir nada menos do que 22 palácios e villas na cidade de Turim e arredores. Tendo governado a cidade de maneira absoluta ao longo de muitos séculos, a família começou suas construções na década de 1560, quando Emanuel Felisberto transferiu a capital do seu reino para Turim. O projeto continuou ao longo das gerações seguintes, até o século XVIII. Entre os principais locais do sítio considerado patrimônio da humanidade, estão o Palazzo Reale, Palazzo Madama e Villa dela Regina em Turim, bem como a Reggia di Venaria Reale e o Castelo La Mandria na região do Piemonte.
8- Estradas de ferro Albula e Bernina
Duas estradas de ferro cruzam os alpes e conectam a Itália com a Suíça: Albula e Bernina. A primeira possui 67 km de extensão, 42 túneis e 144 viadutos e pontes. Enquanto isso, os trilhos da Bernina compreendem 61 km, 13 túneis e 52 viadutos e pontes. A construção destes caminhos que conectam países europeus data do início do século XX e, além de vencer o isolamentos dos países, ainda representa conquistas da engenharia civil em harmonia com a paisagem natural. Além disso, a qualidade das construções e a harmonia arquitetônica também contam como elementos marcantes.
9- Arte rupestre do Vale Camonica
Outro sítio considerado patrimônio da humanidade é também uma das maiores coleções de gravuras pré-históricas do mundo. Localizado na região da Lombardia, o sítio contém mais de 140 mil símbolos e figuras entalhadas na pedra ao longo de um período estimado em 8 mil anos. Os tipos de figuras que podem ser encontradas no local vão da representação de práticas de agricultura e navegação até duelos e figuras geométricas. A contribuição que estes desenhos tiveram para a sociologia, etnologia e história é incalculável.
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10- Sacri Monti do Piemonte e da Lombardia
São chamadas de “Sacri Monti” (Montanhas Sagradas) as nove capelas e construções religiosas que foram feitas nos séculos XVI e XVII para simbolizar diferentes aspectos da fé cristã. Após o século XV, com o crescimento do islamismo no Oriente Médio, a peregrinação para a Terra Santa passou a ficar cada vez mais difícil, e com isso surgiu a necessidade de criar locais alternativos, sendo que a semelhança geográfica com a região de Jerusalém era levada em conta. Junto com as capelas, artistas de diversas épocas acrescentaram pinturas e esculturas que representam os momentos mais importantes da vida de Jesus.
Foto de capa: Jenifoto / 123RF